Título Original: Insatiable
Autora: Meg Cabot
Série: Insaciável (vol. #1)
Ano: 2011
Editora: Galera Record
Páginas: 502
Sinopse: Você não aguenta mais ouvir falar em vampiros? Meena Harper também não. Mas ela é roteirista de uma novela famosa, Insaciável, e como os vampiros estão na moda... os diretores do canal decidem que esse será o próximo tema a ser abordado na trama. Logo, Meena se vê obrigada a escrever sobre vampiros, apesar de não acreditar na existência deles.
Não que Meena seja alheia ao sobrenatural. Ao contrário. Na verdade, ela pode prever quando as pessoas irão morrer. (Claro que, com exceção de seu irmão e alguns amigos mais próximos, ninguém acredita nela. Nunca.) Seu "dom" pra lá de sombrio só lhe traz problemas, e com o tempo Meena aprende que ninguém está interessado em saber sobre a própria morte. Então se limita a dar alguns conselhos, como "não atravesse a rua agora", "vá ao médico", "pegue um caminho alternativo"...
Mas nem mesmo o dom premonitório de Meena poderia prepará-la para o que acontece quando ela conhece Lucien Antonesco (e em seguida comete o erro de se apaixonar por ele), um príncipe contemporâneo com um lado obscuro. E esse lado negro é tão negro, que muitas pessoas, como, por exemplo, uma antiga sociedade de caçadores de vampiros, fariam qualquer coisa para destruí-lo.
O problema é que Lucien tecnicamente já está morto, e talvez seja por isso que é o primeiro tipo que Meena conhece com quem se imagina tendo um futuro. Sim, apesar de Meena ser capaz de ver o futuro dos outros, nunca conseguiu ver o próprio. E, apesar de Lucien parecer ser tudo o que Meena sempre sonhou encontrar num namorado, sua história com ele pode se transformar em pesadelo num piscar de olhos. Talvez seja a hora de Meena se esforçar e prever o próprio futuro...
Se é que ela tem um.
"Sabia só como salvar pessoas de seus futuros (e mesmo isso ela não
fazia muito bem).
Como se salvava alguém de seu passado?"
(Página 164)
"Insaciável" foi a minha primeira leitura concluída da Maratona Literária de Inverno 2015
Acredito que o grande responsável por eu ter gostado do livro foi eu ter lido
no momento certo. "Insaciável" foi lançado em 2011, em pleno booom dos
milhares lançamentos com a temática vampiresca, todos aproveitando o sucesso
causado por "Crepúsculo". Devido a isso, muitos dos que leram o livro nessa
época acabaram não curtindo tanto assim, o que é compreensível, levando em
conta que todos já estavam bem saturados de histórias com vampiros.
No entanto, já fazia muito tempo que eu não lia nada voltado para essa
temática, então a leitura de "Insaciável" acabou sendo muito gostosa e até
mesmo nostálgica, já que temos uma história de vampiros - que foi um dos
primeiros temas que eu li - contada pela Meg - uma das minhas primeiras
autoras <3.
"- Não é engraçado. Você sabe como me sinto com relação a vampiros.
- Sei - disse Leisha, parecendo um pouco entediada. - O que é mesmo que
você sempre diz? No culto da misoginia dos monstros, os vampiros são
reis?
- Bem, eles sempre parecem escolher atacar belas vítimas do sexo
feminino. E ainda assim, por algum motivo, as mulheres acham isso
sexy.
- Eu não. Quero ser morta pelo Frankenstein. Gosto de caras grandes. E
burros. Não conte para o meu marido.
- Apesar desses caras admitirem sempre que querem nos matar, a ideia de
que estão nobremente se controlando para não fazer isso deveria parecer
atraente? Com licença, mas como saber que um cara quer matar você pode ser
excitante?"
(Página 39)
O livro é narrado em terceira pessoa com foco alternado entre os personagens
principais, o que eu achei ótimo, pois permite que tenhamos uma visão mais
abrangente da história.
Confesso que o foco de narrativa que menos curti - pelo menos até a metade da
história - foi o do Alaric. Realmente ele conseguia me irritar com todo aquele
jeito arrogante e prepotente, só pensando em hotéis e artigos de luxo e se
achando o rei da cocada preta quando o assunto era exterminar os seres
malignos desse mundo. Mãaaaas... O personagem conseguiu me conquistar mais pro
final da história - já que ele acaba mudando um pouquinhozinho - e eu
até consegui torcer um pouquinho pra ele.
Gostei muito da Meena
mesmo eu não sabendo até agora qual seria a pronúncia correta desse nome...
Eita livrinho pra ter gente com nome estranho e exótico, pelo amor e da sua personalidade meio maluca, sempre com mil coisas na cabeça.
Também adorei o "dom" que a autora deu para ela, e achei bem diferente, pois
sempre vejo poderes envolvendo a morte, mas acho que essa foi a primeira vez
que conheci uma personagem que prevê exclusivamente a morte.
Só acho que a autora poderia ter explorado mais essa habilidade da
personagem.
Achei legal o fato da autora não ter feito a Meena como aquela mocinha sem graça e desajeitadabeijos Bella, também te amo <3, mas
sim uma mulher diferente e forte ao seu modo. Ah, também gostei da aparência
da personagem. Acho que essa foi a primeira vez que vi uma protagonista de
cabelo curto.
Achei legal o fato da autora não ter feito a Meena como aquela mocinha sem graça e desajeitada
Outro personagem que eu amei foi o Jon, irmão da Meena. Sério gente, o que era
esse homem? Fiquei muito mais in love com ele do que com o Lucien ou o
Alaric. Adorei o senso de humor e o jeito meio desligado e lento do
personagem, fora o seu gosto estranho e duvidoso para possíveis futuros
empregos. Foi o responsável por grande parte das minhas risadas, e acho que
ele deveria ganhar uma história só dele.
"- Refrigerante a caminho - falou Jon da cozinha.
- Jon - falou Meena do sofá. - Já que você está aí, coloque um
pouco...
- Não a escute - disse Alaric. - Ela vai te dizer em algum tipo de
código que só vocês dois vão entender porque são irmãos para ligar para
a polícia do seu celular. Mas se você fizer isso, vou matar você e me
livrar do seu corpo em um lugar em que ninguém vá encontrar. No rio, eu
acho. Seu porteiro é tão burro que nem vai notar se eu sair do prédio
carregando um corpo em um tapete enrolado.
Jon esticou a cabeça para olhar para Meena.
- É - disse ele. - Só vou pegar umas Cocas e evitar a coisa de ser
enrolado no tapete, tá, Meen?"
(Página 250)
Quanto ao Lucien, confesso que não tenho muito a dizer sobre ele. Por mais que
ele seja o boy magia da história literalmente, ele foi um
personagem quase nada marcante, na minha opinião. Fez bem o seu papel de
bonitão cavalheiro que deixa as mulheres suspirando, mãaaas, pra mim, foi o
tipo de personagem que não cheira e nem fede, sabe? Vamos ver se ele ganha um
pouquinho mais de personalidade no segundo volume.
Quanto a história, só posso dar os meus parabéns para a Meg e sua habilidade
incrível com a escrita, pois o livro tem 501 páginas que conseguem te prender
do começo ao fim. Você não perde o interesse pela história em momento algum
Meg diva <3.
Também gostei do fato de mesmo a história se desenvolvendo lentamente, ela
ainda assim continua fluida para o leitor. Acho isso um ponto muito positivo,
principalmente em se tratando de um livro tão grande.
"- Oi - disse ela, o braço imobilizado do cotovelo até o pulso. Na mão
direita, segurava um vaso cheio de margaridas.
Alaric nunca tinha dado bola para flores. Na verdade, sempre achou
flores uma coisa idiota.
Até aquele momento. Agora, margaridas eram as flores favoritas
dele."
(Página 467)
Quanto a estrutura do livro em si, não sei se é pelo meu exemplar ser da
primeira tiragem (?), mas tiveram duas coisas que me incomodaram:
1° -
MUITOS erros de revisão! Sério gente, nunca tinha visto tantos errinhos
assim em um único livro. Parecia até que nem tinha passado pela mão de um
revisor D: ;
2° -
a formatação do texto tá toda despadronizada. Tem página que o
parágrafo começa lá em cima e outra em que tem um ou dois dedos de espaço
entre o topo da folha e o começo das linhas.
Agora, como nem tudo são flores, é claro que teve uma coisinha ou outra que eu
não gostei. Nesse caso, não é que eu não gostei tipo "oh meu deus, que ódio",
mas me incomodou um pouco o fato de todas essas 501 páginas
acontecerem em 10 dias na história. Foi meio estranho, porque pareciam meses,
principalmente quanto ao relacionamento da Meena com o Lucien, pois a
profundidade do sentimento que a autora quis criar entre os dois não condiz
com o tempo que eles passaram juntos - pelo menos não na minha opinião.
"- Eu sei - disse Alaric sem rodeios. - Você o ama. Não consegue
viver sem ele. Mas, sabe, eu posso curar isso. Se você me contar onde
ele está, vou matá-lo e então...
- Não - disse Meena, interrompendo-o. - Não era disso que eu estava
falando. Você alguma vez escuta as pessoas? Ou apenas entra correndo
sacudindo aquela sua espadona e faz as perguntas depois?"
(Página 278)
O outro ponto que eu não curti muito foi o final, que me decepcionou um
pouquinho, pois o super clichê previsível que eu estava esperando não
aconteceu. A autora escolheu um outro caminho justamente para ter um 2° livro
acredito eu.
Infelizmente eu sei que esse é um livro que nem todos irão gostar. Já adianto
que a história tem quase a mesma estrutura de "Crepúsculo", com uma mocinha e
um vampiro apaixonados, um triângulo amoroso em potencial, vampiros com
habilidades especiais... Ainda assim, eu achei que a forma como a autora
construiu e desenvolveu essa história ficou muito boa e única, bem ao estilo
Meg Cabot. Então, eu recomendo sim a leitura, principalmente se você gosta dos
livros da Meg. Mas leia sem grandes expectativas e com a mente aberta, sem
preconceito com os pobres vampirinhos, ok? Quem sabe assim você também não se
surpreende e acaba gostando? (;
"(...) Estaria colocando em risco seu coração.
Ia mesmo fazer isso?
Mas que outra escolha tinha? Ia ficar sentada no sofá como Jon pelo
resto da vida, esperando a pessoa perfeita, o trabalho perfeito, a vida
perfeita chegarem?
Como poderia saber que a pessoa perfeita não estava parada na frente
dela agora? Como qualquer um poderia saber?
Era fácil. Ninguém sabia. As pessoas se arriscavam."
(Página 152)
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(Baltasar Gracián y Morales)