Resenha: A Invenção de Hugo Cabret - Brian Selznick

em 21 de outubro de 2015



Título Original: The Invention of Hugo Cabret
Autor: Brian Selznick
Ano: 2007
Editora: SM
Páginas: 533

Sinopse: Prepare-se para entrar em um mundo onde o mistério e o suspense ditam as regras.
Hugo Cabret é um menino órfão que vive escondido na central de trem de Paris dos anos 1930. Esgueirando-se por passagens secretas, Hugo cuida dos gigantescos relógios do lugar: escuta seus compassos, observa os enormes ponteiros e responsabiliza-se pelo funcionamento das máquinas.
A sobrevivência de Hugo depende do anonimato: ele tenta se manter invisível porque guarda um incrível segredo, que é posto em risco quando o severo dono da loja de brinquedos da estação e sua afilhada cruzam o caminho do garoto.
Um desenho enigmático, um caderno valioso, uma chave roubada e um homem mecânico estão no centro desta intrincada e imprevisível história, que, narrada por texto e imagens, mistura elementos dos quadrinhos e do cinema, oferecendo uma diferente e emocionante experiência de leitura.



"A Invenção de Hugo Cabret" foi uma das minhas leituras da MLI2015 e, assim como a maioria dos livros que eu escolhi para essa maratona, eu não sabia muito bem o que esperar da história. Afinal, o livro já tá parado na estante há tanto tempo que eu nem sabia se ainda tinha vontade de lê-lo.
Felizmente, mesmo se tratando de um infanto juvenil, a história conseguiu me surpreender e encantar, além de me prender do começo ao fim.

O livro, narrado em terceira pessoa, nos conta a história de Hugo, um menino de 12 anos que após perder o pai, acaba indo morar com o tio na central de trem onde ele trabalha. Como se já não fosse difícil o bastante perder o pai que tanto admirava, ainda precisa lidar com o repentino sumiço do tio, deixando o menino sozinho no mundo. Não querendo ir para um orfanato, Hugo dá continuidade ao antigo trabalho do tio como se nada tivesse acontecido e, sozinho, faz com que todos os dias os vinte e sete relógios da estação continuem funcionando. Assim, ninguém nota o sumiço do cronometrista - seu tio -, e Hugo pode continuar com o antigo "projeto" em que seu pai estava trabalhando antes de morrer: um misterioso homem mecânico com uma possível mensagem a compartilhar.



Partindo dessa premissa, somos envolvidos em uma aventura com um desenrolar totalmente inesperado pelo menos pra mim , mas nem por isso menos interessante. Conhecemos personagens incríveis, um pouco mais sobre a história do cinema e vemos que sim, é preciso sonhar, pois a vida sem sonhos se torna vazia.

"- Você já parou pra pensar que todas as máquinas são feitas por algum motivo? - ele perguntou a Isabelle. - Elas são feitas pra fazer a gente rir, como esse ratinho, ou indicar a hora, como os relógios, ou pra maravilhar a gente, como o autômato. Deve ser por isso que qualquer máquina quebrada sempre me deixa meio triste, porque ela não pode cumprir o seu destino.
Isabelle pegou o ratinho, deu corda novamente e pôs de volta no balcão.
- Vai ver que com as pessoas é a mesma coisa - continuou Hugo. - Se você perder a sua motivação... é como se estivesse quebrado." 
(Página 374)



Preciso dizer que fiquei surpresa em descobrir, ao longo da leitura, que um dos nossos personagens principais - e, na minha mais humilde opinião, realmente acho que ele era o principal - não era tão fictício assim. Achei genial a forma como o autor inseriu esse personagem e toda a sua história no universo do livro e como, de certo modo, essa história do personagem acabou se tornando o contexto principal do livro - desculpem caso tenha ficado confuso ><.
Gostei do fato do autor ter feito uma pesquisa antes de escrever, já que com isso o livro não foi simplesmente mais uma história lida na nossa pilha de leituras, sabe? A gente realmente aprende alguma coisa enquanto lê, e é algo que eu achei realmente interessante. Principalmente pra quem curte cinema e tudo mais #fikdik

Também devo dizer que me surpreendeu a forma como o título do livro se relacionou com a história. Eu pensava que seria uma coisa, mas acabou sendo outra totalmente diferente e que eu achei bem mais "uaaaau" e incrível. Meus parabéns pro autor, sério u_u <3




Quanto ao livro em si, também preciso destacar a beleza e os detalhes minuciosos com que a história é contada. "A Invenção de Hugo Cabret" foi uma leitura totalmente diferente e única, pois além da narrativa em si, a história é complementada com lindas ilustrações que permeiam o livro inteiro.
A formatação do texto também é bem diferente, as vezes, possuindo apenas um ou dois parágrafos por página. Juntando isso com as várias ilustrações que o livro traz, a leitura se torna extremamente rápida e fluida, pois são várias ilustrações seguidas de pouca narrativa.
E se você ainda não está convencido de que essa é uma leitura extremamente rápida, eis a prova: eu li o livro inteirinho em torno de 4hrs! Pois é, meu amigo. Esse montão de páginas lidas em apenas algumas horinhas. Então, caso você tenha se sentido meio intimidado pelas 533 páginas do livro, pode ficar tranquilo e ler sem medo!





Ainda falando das ilustrações, a minha única reclamação é quanto a montagem do livro em si. Como tem muitas imagens que ocupavam folha dupla, acabou que a super "compressão" (?) do livro impediu que eu conseguisse abri-lo mais, sabe? Então algumas partes da ilustração que ficavam na junção de uma página com a outra não deram pra ser vistas muito bem, infelizmente \:



"A Invenção de Hugo Cabret" se trata de uma história singela e sem grandes mistérios. Mesmo sendo um infanto juvenil, acredito que independente da sua idade, a história vai conseguir te tocar e te emocionar de alguma forma.
É o tipo de livro que merece ser relido em diferentes momentos da vida, com uma história aparentemente simples e infantil, mas que consegue te prender do começo ao fim, além de te emocionar e até mesmo arrepiar com o final. Leitura mais que recomendada para todas as idades!

"- Às vezes eu venho aqui, de noite, mesmo quando não estou cuidando dos relógios, só pra olhar a cidade. Sabe, as máquinas nunca têm peças sobrando. Elas têm o número e o tipo exato de peças que precisam. Então, eu imagino que, se o mundo inteiro é uma grande máquina, eu devo estar aqui por algum motivo. E isso quer dizer que você, também, deve estar aqui por algum motivo."
(Página 378)

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Oi Vitor!
      Fico feliz que a minha resenha tenha despertado o seu interesse. Espero que goste da leitura! ^-^

      BEEEEIJINHOS E VOLTE SEMPRE! :*

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  2. RAFAELAAAAAAAAAAAAAAAA SUA LIMDA

    Então, eu AMO esse livro! O filme é tão espetacular quanto o livro, assiste, sério, você vai amar!

    Então, eu também não tinha muitas expectativas para esse livro. Mas sério, as ilustrações, a história, todo o enredo entrelaçado com a história daquele cara do cinema, tudo isso foi fantástico. Eu não esperava NADA disso do livro e AMEI CADA COISA que ele foi mostrando. Esse livro é uma obra de arte *O*

    ASSISTE O FILME, ASSISTE, ASSISTEEEEEEEEEEEEEEEEE

    Hahha, beijos sua limda <3

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    Respostas
    1. OOOOOI, NATH MARAVILHOOOOSA!
      Também me surpreendi imensamente com o livro! Quando comecei a leitura, não sabia muito bem o que esperar, mas confesso que quase nem tinha expectativas quanto a história. Qual não foi a minha surpresa conforme fui lendo e descobrindo que não se tratava apenas da história do Hugo. Também adorei a forma como o autor entrelaçou ficção com realidade, e fiquei encantada em conhecer um pouco da história do cinema *-*
      Pra não mencionar o final! Fiquei de boca aberta quando li o último parágrafo do livro e só conseguia pensar: "QUE FOOOOOOOOOOOOODA!!! QUANDO CRESCER QUERO ESCREVER UM FINAL INCRÍVEL E ARREPIANTE COMO ESSE! *o*" hasuhdiuahsdiuashiudhashdiuasd.
      Concordo totalmente com você, só é uma pena que essa obra de arte de história não seja TÃO presente na estante dos leitores, não é mesmo? Quase não vejo as pessoas comentando sobre esse livro \:

      Já assisti o filme, Nath! Assisti na mesma semana que li o livro e fiquei impressionada em como a história conseguiu ser fiel! Só fiquei chateada com algumas alterações que fizeram com traços de alguns personagens, mas ainda assim isso não me impediu de amar o filme!
      Gostei muito de, no filme, eles terem dado atenção para as histórias secundárias também, principalmente a do inspetor (?) - o carinha de quem o Hugo sempre fugia. O personagem ficou um pouco diferente do livro, mas eu adorei o final que ele teve no filme *-*

      Achei o livro mais emocionante, mas o filme também conseguiu me conquistar. Os cenários, as cores vivas, e a fidelidade com a história original, tanto na forma como é contada, até as falas dos personagens - como assisti o filme na mesma semana que li o livro, muitas das minhas falas preferidas do livro ainda estavam fresquíssimas na memória. Então eu realmente me surpreendi quando, no filme, os personagens disseram exatamente a mesma coisa, sem tirar nem pôr *-* <3
      Todas as adaptações cinematográficas deveriam ser assim, só acho u_u ahsudhaiudhiausd.

      BEEEEEEEEEEEEEEEEEEEIJINHOS E VOLTE SEMPRE! :* <3

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(Baltasar Gracián y Morales)