Título Original: Devil Wind
Autora: Catherine Blair
Ano: 1992
Editora: Nova Cultural
Páginas: 304
Sinopse: No alto dos escuros penhascos, dominando o mar revolto, o castelo de Escarpa Negra se erguia sombrio e silencioso. Seu novo lar, pensou Christine, cheia de apreensão. Pressentia algo de muito estranho naquele lugar, algo impalpável, perigoso. Só agora conheceria o marido, lord Devlin, que com certeza estava tão infeliz quanto ela com o casamento arranjado e assinado a distância. Por que ele havia concordado com aquela farsa era apenas um entre tantos mistérios que Christine teria de desvendar. E ela seria levada às raias da loucura quando o belo e enigmático senhor do castelo lhe despertasse uma tórrida e avassaladora paixão e insistisse em não consumar o casamento!
Confesso que ainda não faço a menor ideia do que escrever nessa resenha. A princípio, estava até considerando nem fazê-la e simplesmente marcar o livro como lido no Skoob, mas a minha consciência de blogueira e leitora não permitiu. Já adianto que não sei bem como esse texto vai ficar, mas espero que consiga transmitir de uma forma "entendível" a minha opinião, afinal, quando se tem um blog você acaba se comprometendo com si mesma a falar sobre tudo o que lê... mesmo que nem tudo faça você cair de amores e tal ]: . Enfim, acho que o meu tempo sem resenhar nada acabou me deixando meio perdida aqui, mas vamos ver no que dá \o.
Comecei a ler "A Noiva Francesa" em um início de madrugada da semana que o meu colégio estava em greve colégios estaduais, pois é. Não tinha muitas pretensões com a leitura e, pra ser bem sincera, só escolhi esse título porque eu já tenho esse livro há muito tempo na estante, de uma das minhas primeiras compras na sebo. Aí ficou aquela coisa de "se eu não pegar pra ler agora, também não vou ler nunca", o que não era bem uma mentira... >< . Como nenhum livro da estante estava me atraindo muito, acabei ficando com este.
O livro é narrado em terceira pessoa, o que eu achei ótimo. Em um primeiro momento não curti muito a ideia - na maioria das vezes prefiro as narrativas em primeira pessoa -, mas conforme fui avançando as páginas, percebi que a terceira pessoa seria a melhor forma para essa história ser contada. Como temos vários personagens, e em um determinado ponto da história, também temos uma narrativa de dois lugares por assim dizer em uma mesma linha de tempo, a escolha dessa narrativa não poderia ter sido melhor, já que conseguimos acompanhar vários personagens em um mesmo livro, sem se prender aos pensamentos e sentimentos de um só. Achei isso muito bacana, e realmente deu certo nesse livro.
Também temos a presença de um vocabulário um pouco mais rebuscado em dados momentos do livro. Não, não acontece em cada linha de cada parágrafo, e nem interfere no entendimento do leitor, mas é um pouco estranho em um primeiro momento. Até considerei pegar meu querido dicionário <3 sério gente, até deixo ele no meu criado mudo u_u, mas como eu disse, não são palavras que realmente te atrapalham. Pelo contexto da frase você consegue entender o que está sendo dito.
Achei até legal a presença de algumas palavras diferentes e até mesmo "difíceis" a olho nu. Me senti até mesmo mais culta... mesmo sem entender o significado exato de todas elas T^T sudhiauhdiuahsidhiausd.
Quanto a história, achei muito legal o fato da autora ter colocado um certo mistério ainda nas primeiras páginas do livro, pois conseguiu me deixar super curiosa e ansiosa pra saber logo o que era. Mas confesso que fiquei um pouco frustrada desse único mistério ter sido "resolvido" ainda no começo. Acho que a autora poderia ter trabalhado e explorado melhor, porque além de, possivelmente, ter rendido mais história, deixaria tudo mais esclarecido e trabalhado, de certa forma. Do jeito que ela fez as coisas, me pareceu que ela simplesmente quis colocar algo diferente e jogou esse tal mistério na história, sem nem pensar ou explorar mais o porque dele e a história que o antecede. Acredito que se ela tivesse trabalhado melhor nesse ponto, a história teria ficado bem mais instigante, porque depois que você descobre o que é, acaba perdendo o interesse da coisa, sabe? Fica tudo um pouco previsível \:
Fora que, a autora dá a entender que esse tal mistério vai ser o conflito principal do livro, e acaba que fica sendo um assunto secundário ]: . Acho que faltou um pouco de percepção da parte da autora no quesito "foco em que a história vai girar" e ela acabou se perdendo um pouco nisso.
Como eu disse, a história possui, basicamente, um único mistério. E sim, ele é resolvido logo de cara. Mas aí você me pergunta: "Tá, Rafitcha, mas se o mistério é resolvido logo de cara, então o que faz o leitor querer dar continuidade na leitura a ponto de concluir o livro? Que história mais a autora tem pra contar e desenvolver no decorrer dessas 304 páginas?" E é aí que eu te digo: Sim, tem história pra rolar nessas páginas... mãaaaaas, não uma história das mais bem trabalhadas.
Sim meu povo, eu sei, vocês devem estar me achando muito crítica nessa resenha, mas levem em conta que eu li esse livro basicamente em uma madrugada e, quando eu pego pra ler de madrugada, eu espero que o livro tenha no mínimo uma história cativante e bem explorada, que consiga me prender e impedir que eu durma ou fique impaciente. Na boa, se é pra ficar com dor nas costas, na bunda KKKK, lembrei dos Minions XD, na nuca, e com os olhos ardendo de um possível sono, então que seja por uma boa história, né?
Mas então, continuando. Sim, nós temos uma história fora esse mistério, que se resume em: um romance miojo; uma mocinha infantil e boba mas, não me pergunte como, é mais linda que Afrodite e consegue que todos bofes caiam de quatro por ela; um bofe que paga de bad boy mas é mais mole no quesito sentimental que maria mole, e a revolução francesa. Pois é, a história fica nisso basicamente todas as 304 páginas ]:
Aí você me fala: "Mas tendo um romance e a revolução francesa, então se supõe que tenha muita história pra contar, não é? Além de muito a explorar..." Pois é, meu povo, aí é que tá. A autora quis pegar um assunto tão amplo e marcante como a revolução francesa, e simplesmente introduzir na história de uma forma romântica ao que me pareceu.
Sim, ela conseguiu mostrar bem o cenário da revolução, e até conseguiu me mostrar um lado diferente do que aprendemos nas aulas de história: o lado da nobreza. Ela mostra como foi sofrido pra quem era nobre, a forma cruel com que muitos foram mortos e como tiveram seus lares destruídos. Também mostrou como algumas pessoas ficaram meio loucas e fissuradas com essas coisa de revolução e abaixo a nobreza, e como ainda haviam pessoas com o cérebro no lugar e eram contra ao rumo que as coisas estavam tomando. Ela mostrou tudo isso, mas com relação a nossa mocinha, Christine, ela deixou MUITO a desejar.
Christine é aquele tipo de mocinha rica e mimada mas que pensa que é dona do próprio nariz e que ela por si só pode fazer o que quiser e que tudo vai dar certo no final. É aquele tipo de mocinha impulsiva e que não pensa nas consequências ou no que suas ações podem desencadear. Não pensa no depois, só no agora. E eu posso dizer que ela me irritou MUITO. Christine era totalmente infantil, e simplesmente não conseguia dar ouvido aos outros. Por mais que as pessoas falassem, pessoas que se preocupavam com ela e só queria o seu bem, não adiantava de nada. Ela sempre faria o que desse na telha. Ok gente, eu super sou a favor do livre-arbítrio e ser independente e tudo mais, mas levando em consideração que a menina só tinha 18 anos, era da nobreza, e queria voltar para a França em plena revolução, bom, digamos que esse pacote não ajudava ]:
Outra coisa que me irritou muito na personagem, além da irresponsabilidade e imprudência, foi a forma como a autora a criou. Ok, já estamos acostumadas com mocinha lindas e formosas, que deixam os homens babando e blábláblá. Mas em "A Noiva Francesa", a autora atinge outro patamar. Ela faz a Christine ser tão linda, mas TÃO linda, que todo e qualquer homem, independente da idade ou estado civil, cai de quatro por ela. Sério gente, chega a ser algo meio insano e, vamos combinar, totalmente irreal. Acho bacana a autora querer fazer uma personagem gata e tal, mas não a esse ponto, né? Vamos levar em conta o contexto da história, a época que eles viviam. Não existia cremes de tratamento capilar milagrosos, nem tintura de cabelo, nem ampolas de brilho ou protetor solar e hidratante facial. Mas mesmo assim a cidadã consegue ter a pele branca feito mármore, os cabelos castanhos com reflexo cobre mais brilhosos que todo e qualquer homem já viu, além de olhos verdes de matar. Ok, né? Vamos voltar pra realidade u_u
Então meu povo, com essa linda e inumana mocinha, a autora simplesmente quer mostrar o cenário da França em meio a revolução. Mas ao invés dela aprofundar na revolução em si, ela simplesmente põe a mocinha pra se ferrar um monte, atrair uns bofe onde quer que ela passasse, sofrer e chorar, e se ferrar mais um pouco. E fica nisso, sabe? A autora até tenta desenvolver a história nesse ponto, mas fica sempre na mesma coisa. Ela enrola MUUUUUITO pras coisas finalmente começarem a acontecer, e quando começam, ela dá um jeito de enrolar mais um pouco T.T .
A história poderia ter sido facilmente contada em umas 200 páginas ou menos, mas ela conseguiu enrolar o máximo possível, tanto no quesito cenário histórico e até mesmo político, quanto no relacionamento da Christine com o lord Devlin.
Veja bem, vocês sabem que eu AMO um bom romance, ainda mais se for histórico, com aqueles mocinhos a la bad boy ou que são totalmente fechados e frios com as mocinhas, mas acabam mudando no decorrer da história. Na verdade, quem não ama né? Pois é, o problema é que a autora quis tentar uma coisa assim, mas acabou dando em outra.
Ela tenta criar um relacionamento impossível entre o Gareth (Lord Devlin) e a Christine, mas acaba que, além do motivo ser bobo... ok, seria um bom motivo, se ela tivesse aprofundado mais e dado explicações melhores, o que não acontece, entãaaao... além do motivo ser bobo, ela não se mantém firme quanto a própria explicação. Ok, eu sei que eu tentando me explicar aqui vai ser confuso e tal, mãaas.
Ao invés dela criar um cara convicto e que segue o que ele mesmo fala, não, ela cria um homem como qualquer outro que se deixa levar por um corpo atraente e tal. É claro né, com a Christine super seduction que faz até os mortos reviverem só pra poder apreciar o quanto ela é bela e ser seduzido por ela e tal né T.T mas ok, esse não é o ponto. O que eu quero dizer é, se a autora deu um motivo tão forte pros dois não poderem se relacionar, então por que cargas d'água ela não pôde criar um bofe que resistisse aos desejos carnais e tal? -.-
Eu sei, eu sei. Normalmente é isso que gera o romance bacana e tudo mais, mas não. Não nesse livro. Isso só fez a Christine sofrer e se ferrar lá pra frente. Aí ainda fica naquela enrolação de conflitos emocionais com a própria consciência do Gareth, e fica criando um monte de empecilhos que nem existem, e fica naquela enrolação e melodrama que MEEEEU DEUS, eu pensei que tava lendo o roteiro de uma novela mexicana, porque só pela santa paciência. Nem os mexicanos fazem tanto drama e tanta enrolação. E eu te digo, meu caro leitor e leitora: É.ASSIM.ATÉ.O.FINAL.
Pois é, fazer o que ]:
E aí fica a pergunta: "Ok, Rafa, mas e aí, valeu a pena?"
Olha gente, eu sempre tento ser o mais sincera possível com vocês, então não vai ser agora que eu vou começar a mentir. Não vou dizer que foi uma total perda de tempo. Não. Conseguiu me distrair durante a madrugada mesmo eu preferindo ter investido em uma leitura que me prendesse mais, mãaas e teve um final fofinho até. É claro que se for comparar os prós e contras, é meio óbvio que eu fiquei mais irritada e impaciente do que feliz e suspirando pelo livro, né?
Não foi um romance que me deixou abobalhada e nem suspirando, e o Gareth com certeza não entrou para a minha lista de mocinhos preferidos/desejados e nem a Christine pro de mocinhas marcantes. Mas não é uma leitura que eu me arrependa de ter feito. Como eu disse lá pra trás, se eu não lesse agora, eu não iria ler nunca, isso é fato. Esse foi um dos livros que eu comprei no impulso em uma das primeiras vezes que fui na sebo, então não era uma história que eu sabia muito a respeito, não tinha lido resenhas e nem sabia nada da autora. Mas, considerando que a história foi originalmente escrita em 1991 - e publicada aqui no Brasil no ano seguinte -, que é um livro publicado por uma editora que acredito que já nem existe mais e não deve mais ser um livro muito fácil de encontrar, fora o fato de ter pagado apenas R$1,50 , então sim, até que valeu a pena.
Quanto a indicar a leitura pra vocês, acho que vai muito de vocês é, isso ficou meio estranho. Acho que se você leu a sinopse e se interessou, não tem porque não dar uma chance.
Acredito que, se você está apenas procurando um bom romance histórico e/ou romance de banca, bom, eu já li melhores, e você pode encontrar resenhas aqui e aqui. Mãaaas, caso você tenha simpatizado com esse ou esteja na dúvida, então eu te digo: se você curte história, revolução francesa, um romance bem miojo fica pronto em três minutos , drama e uma história um pouco diferente, se joga! (;
Como eu disse, "A Noiva Francesa" não é uma leitura que eu me arrependa de ter feito, mãaaas, acredito que o livro não tenha "funcionado" bem pra mim... Mas isso não quer dizer que não irá funcionar pra você também. Se você ficou curiosa(o) a respeito, então por que não se arriscar, né? Vai fundo e, boa leitura! ((;
Eu não conhecia o livro, mas parece ser bem interessante, gostei.
ResponderExcluirNão faz muito meu estilo de leitura, mas se tivesse oportunidade de ler leria.
memorias-de-leitura.blogspot.com
Oi, Inês! Tudo bom? (((:
ExcluirQue bom que gostou ^-^
Mesmo não fazendo muito o seu estilo, acredito que seria uma boa leitura. As vezes é bom sair um pouco da nossa "zona de conforto" literária, e nos arriscar em livros que, a primeira vista, não parecem ser muito a nossa praia. As vezes podemos nos surpreender, né?
Espero que tenha essa oportunidade, então (((:
BEEEEEEEEEIJINHOS E VOLTE SEMPRE! :* <3
Morri com os gifs. rsrsrs
ResponderExcluirEntão, eu li um romance de banca quando era adolescente, e ele era um romance histórico e se passava na segunda guerra mundial. Até hoje eu lembro dele porque ele me chocou de uma forma incrível! Se chamava O Inverno Chegou, e provavelmente foi um dos romances mais maravilhosos que li na minha vida, e olhe que foi bem baratinho também.
Que pena que você acabou não gostando dos personagens. É uma merda quando isso acontece! Eu sempre fico pé atrás quando leio um livro que não gosto das pessoas que estão nele.
E sobre a personagem sofrer o livro inteiro? Ah, vá! Isso dá nos nervos as vezes. Parece que a pessoa está vendo uma novela mexicana. rsrsrs
bjus
terradecarol.blogspot.com
Oi, Carol! Tudo bom? *---*
ExcluirGifs são ótimos para expressar a nossa opinião do modo mais realista possível u_u kkkk.
Com certeza irei pesquisar sobre esse romance. Se te marcou tanto assim, é porque deve ser bom mesmo, né? E como eu adoro um bom romance histórico... *----*
Pois é. Infelizmente não são todos os livros e personagens que conseguem nos agradar, né? \: . O jeito é respirar fundo, fechar o livro e partir pra outra u_u kkkkkkkkkk
Nem me fale! Vontade de entrar no livro e dar umas boas chacoalhadas na menina não me faltou, porque vou te contar T.T . Novela mexicana seria uma ótima definição -.- kkkkkk
BEEEEEEEEEEEEIJINHOS E VOLTE SEMPRE! :* <3