Resoluções de Vida

em 31 de janeiro de 2018


      Já tem um tempo que me pego pensando e repensando sobre um mesmo assunto. Frequentemente. Sabe aquele barulhinho irritante de pernilongo no seu ouvido bem na hora que você quer dormir? Aquele som incômodo e extremamente persistente, que te obriga a sair da cama pra caçar o bendito mosquito, em busca de paz e sossego? Pois então, digamos que a caçadora em busca de sossego sou eu, e o mosquito em questão é a reflexão a que cheguei, depois de ser azucrinada incansavelmente até tomar vergonha na cara e parar de ignorar esse barulhinho insistente.
     O assunto em questão se faz presente a cada final e início de ano, mas acaba tendo seu valor deixado de lado, ofuscado por toda recente resolução que as listas de metas de ano novo trazem. Todo o glamour do “ano novo, vida nova” e da otimista perspectiva da famosa “primeira página das 365 em branco”. O problema é que todo esse otimismo e determinação em começar o ano com o pé direito e fazê-lo valer a pena se limita, de fato, apenas aos primeiros dias de Janeiro – com sorte, a determinação perdura até o fim do mês, mas isso é bem raro. Como se todas essas famigeradas 365 páginas em branco se resumissem apenas às 30 primeiras. E quanto as 335 restantes? Estão ali só de enfeite?
      Não é de hoje que vemos postagens na Internet com frases do tipo “(digite o nº do atual ano aqui) já pode acabar” ou “esse ano já deu, pode vir o próximo” sendo que na maioria das vezes esse tipo de publicação é feita ainda no começo do ano. Foi justamente esse tipo de pensamento, acompanhado de metas de ano novo já esquecidas, que deram origem a esse mosquitinho irritante que me acompanha já há algum tempo.
      Comecei a me perguntar qual era o problema com os outros meses e dias do ano, que pareciam nem ser lembrados ante a frustração das falhas com os planos no primeiro mês. Era como se dissessem: “já que não deu certo de primeira, vou me dar todos os 11 meses restantes de descanso para poder me recuperar de tamanho abalo. Quem sabe ano que vem dê certo” já descartando o atual ano como um amontoado de dias perdidos, sem nem ao menos tentar de novo. Sem se dar conta que, na verdade, o ano é formado de 365 dias, 12 meses e 8760 horas de infinitas possibilidades, apenas esperando que você dê a elas uma chance de acontecerem.
      Esse tipo de pensamento me fez perceber o quanto os nossos planos e metas são limitados a uma visão macro, sendo que, às vezes, não tem problema pensar micro. Pensar pequeno não é sinônimo de uma mente ou ambição pequenas. Só quer dizer que você sabe viver e aproveitar ao máximo um dia de cada vez, sem se precipitar descartando um ano, um mês, ou uma semana inteira de possibilidades apenas por conta de um dia ruim.
      Precisamos o quanto antes entender que cada dia que acordamos nesse mundo é um novo dia, em que recebemos uma nova chance de fazer diferente. De correr atrás dos nossos sonhos, nos libertar daquilo que nos faz mal, mudar velhos hábitos e, por que não, de mudar de vida? Então, deixo aqui a minha proposta para um novo lema, independente do dia, mês, ou ano em que esteja lendo isso:


"Dia novo, vida nova".



Texto e foto autorais.

10 comentários:

  1. Olá, Rafaela
    Adorei sua reflexão. É bem isso mesmo. Como já estamos em fevereiro, certeza que tem muita gente que já desistiu do ano. E como você disse, cada dia é uma nova chance de fazermos dar certo. Não importa o ano ou o mês.

    Prefácio

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    1. Oi, Sil!
      Fico feliz que tenha gostado! :D
      Siiiim! É realmente uma pena ver as pessoas permitindo-se desistir das coisas tão facilmente. Seria ótimo se todos percebessem as oportunidades diárias, não é mesmo?

      Um super beijo e volte sempre! :* <3

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  2. Oi
    muito belo, olha eu eu sempre penso na minha vida no final de ano fiquei pensando nessas coisas, o ano passa eu eu não sei o que fez da minha vida e no inicio do ano eu prometo que vai ser diferente.

    momentocrivelli.blogspot.com.br

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    1. Oi, Denise!
      Você não é a única. Na verdade, acho que todos nós temos ao menos um pouquinho disso de ficar prometendo - e esperando - resultados diferentes enquanto fazemos exatamente a mesma coisa. O jeito é tentar se "reeducar" diariamente com novos pensamentos e atitudes, pra daí ver se no fim do ano (ou até mesmo do mês, quem sabe) as coisas foram diferentes. É o que, aos poucos, eu estou tentando fazer! kkkkk XD

      Um super beijo e volte sempre! :* <3

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  3. Estou escrevendo com os pés, pois as minhas mãos estão batendo palmas para o seu texto. Eu penso exatamente como você, e sabe, foi com essa reflexão que eu passei a colocar metas diárias pra mim. Eu tenho TAG, transtorno de ansiedade generalizada, ir ao mercado sozinha, sair de casa no geral já é motivo de grande ansiedade e desespero pra mim, mas, quando eu entendi a importância de comemorar as metas diárias, passei a pensar menos no ano como um todo, mas o dividi em etapas, vivendo um dia de cada vez, vivendo sua expressão "dia novo, vida nova". Tem dado muito certo, tanto em diminuir minha ansiedade e meus sentimentos ruins, quanto em fazer o ano todo valer a pena quando ele chega ao final. Enfim, amei seu texto!
    Beijo, www.apenasleiteepimenta.com.br
    Ps. Passei a seguir seu blog <3

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    1. Oi, Leslie!
      Awwwwwwn, quanto amor! Fico feliz que tenha gostado <3
      Nossa, imagino como deve ser difícil \: . Me considero uma pessoa naturalmente ansiosa, mas nunca fui ao médico para ver se, de fato, sofro desse transtorno. Ainda assim, percebi que as "metas diárias" são muito mais satisfatórias e menos "surtantes" pra mim do que metas a longo prazo (que, na maioria das vezes, só servem pra me deixar maluca ao longo do percurso, e decepcionada no fim das contas T^T), então acabou sendo uma coisa que eu aderi pra vida também.
      Muito obrigada por ter compartilhado a sua experiência com a gente! Ah, e seja muito bem-vinda ao blog! Espero de coração que goste do conteúdo <3

      Um super beijo e volte sempre! :*

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  4. Oi, Rafa!
    Eu não faço metas porque eu acho que assim você meio obrigado a cumpri-las e eu odeio fazer coisa obrigada hahahha
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe da Folia Literária 2018: cinco kits, cinco sortudos.

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    1. Oi, Lu!
      Te entendo completamente! É por isso que tento evitar estipular muitas metas e focar só no necessário, porque se não acabo não fazendo nada e me desapontando no fim das contas ]: kkkkkkkkk

      Um super beijo e volte sempre! :* <3

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  5. Olá
    Gostei bastante da sua reflexão. Eu travo lutas diárias pra não desistir de tentar e nem sempre é fácil. Acho que nosso maior problema atualmente é o imediatismo. Queremos tudo pra agora, sem esperar nem mais um minuto por isso. E isso acaba desmotivando muitas pessoas que não se lembrar que a vida não é bem assim.

    Vidas em Preto e Branco

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    1. Oi, Lary!
      Fico feliz que tenha gostado! ^-^
      Com certeza o imediatismo é um dos grandes vilões dessa geração. Precisamos nos lembrar constantemente a viver um dia de cada vez, sempre respirando fundo e tentando trabalhar a paciência em nós mesmos. Não é tarefa fácil, mas com o tempo a gente vai pegando o jeito.

      Um super beijo e volte sempre! :* <3

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A opinião é livre, não pode nem deve ser violentada.
(Baltasar Gracián y Morales)