Livro físico x digital: qual o melhor formato na hora da leitura?

Já faz um tempo desde a primeira vez que li em formato digital. Na verdade, a primeira leitura que fiz através de uma tela aconteceu bem antes dessa era super tecnológica dos leitores digitais. Foi por meio das famosas –e super úteis – comunidades do falecido Orkut (quem lembra? sdds s2 por favor, me digam que vocês se lembram disso para que eu não me sinta senil sozinha, obrigada) que eu tive acesso aos PDFs de vários dos títulos que me tornaram a leitora que sou hoje. Se o preço das livrarias físicas não colaboravam, a gente tinha que dar nossos pulos, não é mesmo? E foi através dessas comunidades que eu pude conhecer histórias e autores maravilhosos e me manter ativa na vida de leitora.

É claro que ler pela tela de um computador não era uma das experiências mais agradáveis do mundo. Ainda mais que, na época, era aquele PCzão mesmo, sabe? Com CPU barulhenta e monitor que parecia uma caixa de tão grande (lembro que eu até deixava um ursinho de pelúcia em cima da tela... Meu deus, assim fica difícil não me sentir velha, MISERICÓRDIA). Lembro também que, como a boa coruja insone que sou, virava a noite sentada em frente ao computador R.I.P coluna, sempre atenta para desligar o monitor e fingir que estava dormindo caso meus pais acordassem no meio da noite (mãe e pai, espero que vocês nunca leiam isso).

Muitos anos e promoções malucas da Saraiva e Submarino depois – que possuem minha mais sincera gratidão, pois permitiram que eu voltasse a comprar livros sem ter que vender meus órgãos no mercado negro love u forever –, a tecnologia evoluiu grazadeus e alguma mente brilhante teve a ideia de desenvolver um aparelho próprio para a leitura. Sério, vontade de dar um beijo na pessoa que teve essa ideia.

Há aqueles que ainda torcem o nariz quando o assunto é leitor digital, defendendo até a morte a sensação e o prazer únicos que o perfume e o virar das páginas de um livro causam em um leitor apaixonado. Quem sou eu para contrariar, não é mesmo? Concordo em gênero, número e grau. No entanto... Você já leu algum livro – qualquer um – em um e-reader? Porque sério, é uma experiência tão indescritível quanto. 

E preciso te dizer que, se você, assim como eu, for míope, então meu amigo...

 

As pessoas evoluídas e de visão perfeita que me desculpem, mas pra mim, reles mortal com três graus e meio de miopia, a leitura na madrugada se mostra uma tarefa bem complicada em meio a iluminação nada espetacular do meu quarto. Simplesmente não combina. Não dá pra ser uma leitora da madrugada, míope e plenamente feliz com um livro físico em mãos, sabe? A conta não fecha e, de duas uma: ou você abandona a leitura do exemplar físico e parte logo pro digital, ou você se empenha na leitura do físico mesmo com as letrinhas tudo embaralhando e você levando mais tempo – e esforço – pra ler uma quantidade de páginas menor.

Exemplo disso foi a minha última leitura, "Como se vingar de um cretino", da Suzanne Enoch. Depois de um bom tempo lendo apenas livros digitais, fui toda empolgada ler o livro físico recém adquirido em uma promoção bem maravilhosa da Amazon (dezoito reais, meus amigos, DEZOITO) e é claro que essa leitura foi pega pra ser feita em um início de madrugada, né chuchus? Porque se não não sou eu. 

Comecei a leitura toda empolgada, mesmo já tendo batido o olho naquela fonte com corpo 11 e já tendo pressentido que ia dar merda, mas aqui a gente é brasileiro e não desiste nunca, então persisti na leitura mesmo com esse pequeno – pequeno MESMO, se é que vocês me entendem – probleminha da diagramação e segui o bonde...

Só posso dizer que virei a noite lendo – férias, de fato, são um belo de um problema pro insone. A gente sabe que tem que dormir, mas a tentação é tão grande que... Ah, dane-se, só mais um capítulo. E nisso viramos a noite.

 

Aí no dia seguinte fica esse rascunho do capeta

Mesmo tendo lido por horas, parecia que a leitura não avançava, sabe? E não foi nem culpa do livro, porque a escrita da Suzanne é maravilhosa e super fluida, mas era a sensação enquanto eu lia. Parecia que as letrinhas iam embaralhando e eu acabava perdendo a atenção muito fácil – não que precise de muito pra isso acontecer. Déficit de atenção is real. Fora que a combinação de papel pólen, letra pequena e um quarto com uma iluminação razoável não resultou em uma combinação bacana para a minha vista míope. 

Com essa leitura, acabei percebendo bem nitidamente hahaha, que ironia o quanto eu me apeguei à leitura digital, e o quanto elas funcionam melhor pra mim. Não posso falar por todos os modelos de e-readers, mas o que eu tenho é o Kindle Paperwhite (sabe-se lá de qual geração) e, pelo menos PRA MIM, o contraste entre a letra (que é ajustável, ô glória! \o/) e a tela iluminada ajudam MUITO! Além de não ter o problema das letrinhas embaralhando, você consegue ler muito mais confortavelmente, podendo deitar de tudo quanto é jeito na cama, já que você não precisa se preocupar com o peso do livro ou se vai acabar danificando-o ao deitar de mal jeito e, sei lá, amassar alguma folha. Fora que você também não precisa nem se preocupar com a qualidade da luz do ambiente, já que o aparelho conta com iluminação embutida.

Além de tudo isso, o uso de um e-reader se mostrou muito útil na guerra contra a minha ansiedade durante a leitura. Sério, gente, não sei se vocês tem desse problema, mas comigo, se é pra ser ansiosa, então tem que ser em todos os departamentos da vida o desespero é real e o choro é livre. Na leitura isso se manifesta no meu completo descontrole em estar lendo uma página e, do nada, sentir a necessidade de folhear as próximas páginas. Sabe aquela desculpinha que a gente dá pra nós mesmos (eu dou, pelo menos) de "vou ver só quantas páginas ainda faltam pra acabar esse capítulo", e aí você acaba lendo vários dos diálogos do capítulo inteiro e, se bobear, acaba folheando até o próximo – e o outro – capítulo? Pois então, eis a leitora ansiosa que vos escreve.

Isso já me atrapalhou várias vezes, como por exemplo nessa última leitura que eu mencionei. Acabei pegando spoiler do clímax final da história, e como eu não gostei do que ia acontecer, a leitura perdeu boa parte do encanto, comigo procrastinando para dar continuidade a leitura porque não queria ver a merda que ia dar. 

Os leitores digitais acabam ajudando nisso, já que não tem páginas para virar. Você se orienta apenas pela porcentagem de leitura já feita e o próprio aparelho estipula, aproximadamente, quanto tempo falta até você terminar de ler aquele capítulo – ou o livro inteiro.

Acaba que, pra mim, os e-readers vieram apenas para agregar e facilitar a vida. É claro, você pode estar se perguntando "Ah, Rafa, mas então você vai parar de comprar livros físicos? Vai vender todos os que você já tem e ainda não leu?" É ÓBVIO QUE NÃO, né meus chuchuzinhos? Eu continuo tendo um apego muito grande aos livros impressos, e vou continuar consumindo leituras nesse formato, mãaaaas... Não há como negar que, para a minha vista míope e para as minhas leituras da madrugada, o Kindle vem se mostrando a melhor escolha. Vou reservar a leitura de livros físicos apenas para durante o dia, com direito a muita luz natural e vitamina D, que eu to precisando.

No fim das contas, esse foi um post imenso que não levou ninguém a lugar nenhum sorry, guys. Caso você tenha chegado até aqui, em primeiro lugar, Deus te abençoe, viu? Você é uma pessoa muito determinada na leitura. Em segundo lugar, caso você esteja se perguntando, no fim das contas, qual o melhor formato para a leitura, eu só posso te dizer que ele não existe. O que existe é o melhor formato pra você, e o que funciona melhor pra cada um. Mas é só experimentando e lendo, tanto o livro impresso quanto o digital, que você vai poder saber o que funciona melhor pra você (;

Por hoje é isso, pessoal. Acabei me empolgando e falando mais que a boca, mas espero que tenha servido de alguma coisa XD

E vocês, o que acham dessa batalha entre digital e impresso? São mais adeptos a qual? Me contem nos comentários que eu to louca pra saber! ^-^

Um super beijo,

e até o próximo post! :* <3