Resenha: Divergente - Veronica Roth

em 11 de janeiro de 2014

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Título Original: Divergent
Autora: Veronica Roth
Série: Divergente #1
Ano: 2011
Editora: Rocco
Páginas: 502

Sinopse: Nesta versão futurista da cidade de Chicago, a sociedade se divide em cinco facções dedicadas ao cultivo de uma virtude - a Abnegação, a Amizade, a Audácia, a Franqueza e a Erudição. Aos dezesseis anos, numa grande cerimônia de iniciação, os jovens são submetidos a um teste de aptidão e devem escolher a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas. Para Beatrice, a difícil decisão é entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é - não pode ter os dois. Então, faz uma escolha que surpreende a todos, inclusive ela mesma.Durante a iniciação altamente competitiva que se segue, Beatrice muda seu nome para Tris e se esforça para decidir quem são realmente seus amigos - e onde se encaixa na sua nova vida um romance com um rapaz fascinante, porém perturbador. Mas Tris também tem um segredo, que mantém escondido de todos, pois poderia significar sua morte. Ao descobrir um conflito crescente que ameaça destruir sua sociedade aparentemente perfeita, ela também aprende que seu  segredo pode ajudá-la a salvar aqueles que ama... ou destruí-la.


"Divergente" foi a minha primeira leitura do mês de dezembro, e desde que terminei três dias após o começo estou buscando palavras que sejam suficientemente boas para descrever uma obra tão incrível e bem escrita quanto essa. Se eu consegui encontrá-las? Bom, ainda estou pensando nisso... Mas vou deixar vocês verem por si mesmos e me dizerem se consegui ou não convencê-los da qualidade da história.

"A razão humana é capaz de justificar qualquer mal, é por isso que não devemos depender dela." 
(Página 111)

Acho que a maioria dos blogueiros literários concordam comigo quando eu digo que, é muito mais fácil resenhar uma leitura que não nos agradou ou surpreendeu tanto, do que uma que foi tão boa a ponto de entrar no ranking de favoritos. Pois é, acho que é por isso que ainda estou pensando no que colocar nessa resenha... Então, não me julguem caso saia uma coisa meio confusa ou gigante demais... Vocês sabem que eu me empolgo as vezes u_u ashudiuhadiuadsiausdh.

Depois de um romance tão intenso e meloso quanto o do Travis e da Abby em "Desastre Iminente", eu tinha que ler algo mais voltado pra ação, com direito a morte, sangue e muita pancadaria. Alguns conflitos políticos e sociais também não iriam mal, então acabei optando por uma distopia. Acabei escolhendo "Divergente" pois é uma leitura que eu já estava curiosa, mas essa curiosidade atingiu outro nível depois de assistir ao trailer da adaptação cinematográfica. Depois de um trailer tão bom, combinado a uma história promissora e vários comentários positivos, não deu outra. Comecei a devorar essa obra tão única e envolvente que a autora conseguiu criar.


"(...) 
Os seres humanos, de uma maneira geral, não conseguem ser bons por muito tempo antes que o mal penetre novamente entre nós e nos envenene." 
(Página 454)

Confesso que a escrita da autora não me pegou logo nas primeiras páginas. A história é narrada em primeira pessoa, mas é feita no presente. Isso deixou a narrativa meio estranha em um primeiro momento, já que eu estou mais acostumada com narrativas no passado do que no presente, mas foi uma coisa passageira. Logo nos capítulos seguintes você já se acostuma e nem repara mais no tempo que a história é contada, pois a autora é tão hábil com as palavras que consegue te envolver de uma forma sem igual.
Fazia muito tempo desde a última vez que uma leitura me prendeu tanto quanto "Divergente". Foi uma coisa tão viciante a ponto de ler 225 páginas em uma sentada. Detalhe: tendo acordado às 6hr da manhã para ir a escola e estando morrendo de sono. Pois é meu povo. Normalmente, eu não costume ler a tarde pelo menos, não no período de aulas porque eu sempre leio deitada na cama, e eu sempre to morrendo de sono... Juntando a fome com a vontade de comer, já viu né? Eu sempre capoto ]: . Mas com "Divergente", mesmo estando morrendo de sono, eu não conseguia largar o livro. Sabe aquela coisa hipnotizante? Foi mais o menos isso u_u

Veronica Roth conseguiu construir um cenário muito forte e impactante. Ao mesmo tempo que é uma coisa meio irreal, ela conseguiu ligar partes com coisas totalmente reais e que fazem parte da normalidade. Acho isso meio característico das distopias, porque por mais impossível que possa, a princípio, fazer o leitor duvidar de um futuro como o que a autora está apresentando, é ao mesmo tempo totalmente crível que algo assim aconteça, devido as relações estabelecidas entre o porque do mundo ter ficado daquele jeito e certas características mesmo sendo poucas dos dias atuais, ainda presentes nesse mundo futurístico. Acho que a autora conseguiu trabalhar muito bem nesse ponto.
A cada distopia que eu leio eu começo a ver que, talvez, esse mundo descrito em tais livros não seja assim tão impossível de acontecer. Em "Divergente", podemos notar a destruição e devastação no decorrer das provas e desafios que a Tris deve enfrentar.

Quanto aos personagens, também devo parabenizar a dona Veronica. Ela conseguiu criar personalidades totalmente distintas umas das outras, o que torna a leitura ainda mais viciante.
Sem dúvida, a personagem que mais me surpreendeu foi por incrível que pareça a Tris. A personalidade e a linha de pensamento que a autora deu a nossa protagonista difere totalmente de qualquer outra personagem que eu já tenha tido contato. Ela é uma garota forte e que foge totalmente dos padrões estabelecidos pela facção em que nasceu. A gente percebe e até mesmo sente a forma como ela se sente deslocada no meio facção em que vive. O que mais me surpreendeu foi a humanidade e ao mesmo tempo a falta dela que a personagem possui. A Tris é uma pessoa egoísta e não suporta a fraqueza ou fragilidade, tanto nela quanto nas pessoas ao seu redor. É o tipo de personagem racional, e não sentimental como seria o esperado das "mocinhas" da literatura. Eu diria que, em alguns momentos, ela chega até mesmo a ser perversa, pois não é o tipo de pessoa que sente pena ou compaixão... pelo menos, não com uma frequência muito grande. Eu ainda estou pensando se gosto ou não disso, mas não posso dizer que não gostei dessa personagem extremamente controversa, que é tão humana e ao mesmo tempo tão irreal.

"(...)
- Você não vai atirar em mim.
- As pessoas costumam superestimar meu caráter - digo baixinho. - Elas pensam que só porque eu sou pequena, ou uma menina ou uma Careta, eu não consigo ser cruel. Mas elas estão erradas." 
(Página 476)

Como temos muitos personagens na história, não vou poder falar de todos. Vou me contentar somente com a Tris mesmo u_u. Mas eu devo dizer que a construção desses personagens foi incrivelmente bem feita. Além de personalidades distintas, ela conseguiu dar características muito humanas, sejam elas boas ou ruins. São características que todos nós temos, alguns desenvolvem mais as boas, e outros as ruins, mas nós todos as possuímos. O que eu mais gostei é que a autora realmente assemelhou os personagens aos humanos, mostrando que ninguém é perfeito, que ninguém é inteiramente bom ou inteiramente mau. Nós somos o equilíbrio desses dois.
Gostei da forma como ela conseguiu fazer um personagem que amávamos se tornar um que passamos a odiar por um certo tempo... e depois voltar a amar. Como eu disse, foi uma construção incrivelmente bem feita e trabalhada.

Também ameeeeei as facções e o porque de cada uma ser o que é. A história por trás da criação de cada uma, a forma como cada pessoa deve se enquadrar em alguma delas, e como alguns se encaixam perfeitamente ou não. A princípio pode parecer meio confuso, mas conforme a história vai avançando, a autora consegue dar uma explicação pra tudo e até mesmo o que não fazia sentido passa a fazer.

"Nossas casas, nossas roupas, nossos cortes de cabelo, tudo é projetado para que nos esqueçamos de nós mesmos e para nos proteger da vaidade, da cobiça e da inveja, que são apenas formas de egoísmo. Se possuímos pouco e queremos pouco, e se somos todos iguais, não invejamos ninguém." 
(Página 34)

Uma coisa que me deixou muito feliz é que a história não deixa pontas soltas. As vezes, uma coisa que passou totalmente despercebida a princípio vai começar a fazer sentido no desenrolar da história e fará toda a diferença no final. Até mesmo o ódio entre determinadas facções ganha um porque de existir. A autora conseguiu ligar muito bem os fatos com pontos que a primeira vista pareciam nem ter importância ou fazer diferença. Foi tudo muito bem pensado e amarrado de forma que te faz interromper a leitura só pra poder dizer: "Noooooooooooossa, velho!" com um sorriso no rosto u_u

Vale ressalva na tendência assassina da dona Veronica. Sim, meu povo. A autora é realmente uma assassina sem dó ]: . Não cheguei a chorar com as mortes mas eu sou coração de pedra, então... já que a autora não as retrata de uma forma sentimental, como por exemplo, um romance retrataria a morte de alguém. Mas deu aquele aperto no peito e nó na garganta. Realmente mostra bem o "que" das distopias, da guerra e de tudo que ela envolve.
A autora não sentiu dó em matar, e foi algo bem real pois não foram só vilões ou pessoas ruins que morreram. Também temos a morte de várias pessoas boas. O que marca na morte dessas pessoas (boas) é a forma como morrem.

"(...) 
Ele é grande e caloroso e desajeitado. É não, era. Isso é a morte: quando o "é" se transforma em "era"". 
(Página 317)

Quanto ao final da história, o que posso dizer? Assim como todo o livro, o final foi muito bem feito e deixou um ótimo gancho para o próximo volume. É aquele tipo de conclusão que faz o leitor quase arrancar os cabelos caso não tenha "Insurgente" em mãos. Então, recomendo a compra dos dois antes de começar a leitura. Não me responsabilizo por falhas capilares caso não deem atenção ao meu aviso amigo u_u

"Divergente" entrou para o meu ranking de favoritos e com certeza está entre as três primeiras posições. Acredito que, de todos os livros que já li na vida, se alguém me perguntasse qual é a leitura que todo o leitor, não. Que todo ser humano deveria realizar na vida, com certeza a resposta seria: Divergente.
Um livro com uma história incrível, extremamente bem escrito, com algumas mensagens implícitas na história, um romance na medida certa sem muita frescura ou enrolação. Afinal, não é o enfoque principal do livro, ótimas cenas de ação, reviravoltas e revelações emocionantes, amadurecimento dos personagens, tensão e alguns conflitos no decorrer da história, além de diversas emoções e outras coisas que a leitura transmite. Isso é só parte do que Veronica Roth conseguiu transformar e transmitir através de palavras para uma simples leitora.
Se você chegou ao fim dessa resenha e ainda não possui "Divergente" na sua estante, ou, possui mais ainda não leu, o que está esperando? ((;


P.S: Quero deixar o meu super ultra mega power agradecimento a minha linda unnie, Ju, por ter me presenteado com um livro TÃO incrível, e por ter feito eu conhecer uma das melhores e mais bem escritas histórias que já tive o prazer de ter em mãos. Muito obrigada por ter proporcionado a minha melhor leitura de 2013, unnie! Saranghae! <3 ^-^


7 comentários:

  1. Vc acredita que ainda não li esse livro??
    Depois que vc fez essa resenha, acabei de crer que estou perdendo muito tempo em não ler.
    Bjokas

    http://livrosemarshmallows.blogspot.com.br/

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    1. Oi Kelly, tudo bom? ((:
      Coooomo assim você ainda não leu? Menina do céu, você PRECISA ler! u_u
      Sim sim, você está. Pode ter certeza u_u uashduashdiuahsiudhaiusd
      Espero que tenha se empolgado pra ler depois da minha resenha *-* ><

      BEEEEEEEEEEEEIJINHOS E VOLTE SEMPRE! :* <3

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  2. Confesso que sempre via a capa desse livro mas nunca me despertou interesse algum, porém sua resenha está muito boa! Deu vontade de ler. ;)
    Como estou acostumada com romance, romance policial, misterios, talvez mudar um pouco o gênero fará bem pra mim! Afinal, é sobre bom conhecer assuntos/coisas novas! ^^
    Estava lendo as tags....essa história virou filme é?! :D Nunca ouvi falar...¬¬' hahha

    Beijo
    http://criandorabiscos.blogspot.com

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    1. Oi Meeeel! Tudo bom? *-*
      Sério que a capa nunca te chamou a atenção? Gente do céu, acho ela tão linda! *o*
      Ah, que bom! Fico mega feliz em saber que consegui despertar o seu interesse! n_n
      Sim sim, isso mesmo! Também ficava sempre nos romances sobrenaturais, mas depois fui conhecendo outras vertentes do romance (chick lit e romance histórico) e fui deixando um pouco os sobrenaturais de lado e dando mais atenção para as distopias. Acabou que hoje em dia distopia, romance histórico e chick lit são meus gêneros preferidos <3
      Super acho que você deveria se arriscar nas distopias, e nada melhor pra começar do que "Divergente". Super te indico u_u
      Sim sim! O filme chegou nos cinemas agora no mês de Abril, e ficou extremamente bom! Recomendo ambos, mas é claro, sempre o livro primeiro u_u ushuashdiuhasuhdiuashdiu

      BEEEEEEEEEEEEEEEEIJINHOS E VOLTE SEMPRE! :* <3

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  3. Oi Rafa, eu AMO esse livro e acho que esse foi o motivo de a minha resenha não ter ficado (nada) boa. A sua ficou super legal. Também não chorei com as mortes mas bem que a autora poderia não ter matado alguns! Hhaha
    Beijos

    duasamigas-variosmundos.blogspot.com

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    1. Oi Isa, tudo bom? n__n
      E tem como não amar? Sério, essa autora não deve ser humana, porque pra conseguir criar o universo de "Divergente" e desenvolver uma história tãaao boa, meu Deus, tenho minhas dúvidas quanto as suas origens humanas... ou inumanas u_u KKKKKKKKKKKK.
      Awn, sério que você gostou? *u* Que bom saber disso! Tava com medo de ter ficado meio desconexa ou sei lá. Como você disse, quando a gente gosta muito de um livro, acaba ficando meio difícil de resenhá-lo, né? ~.~
      Nééé? Eu também acho! Fiquei com o coração partido com algumas mortes - mesmo não tendo chorado - e super concordo com você, ela bem que poderia ter poupado algumas vidas ]':

      BEEEEEEEEEEEEEEEEEIJINHOS E VOLTE SEMPRE! :* <3

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  4. Oooooooooooooi Sunbaaaaaaaaaae!

    Gente, gente, gente... Pera mais um pouco... Gente, gente... Ta, ok, voltei a respirar! Gente, que resenha WOW que livro WOW! Gente *O*
    Nossa, por onde eu começo? Vou começar falando que eu vou comprar esse livro HOJE e começar a ler assim que tiver ele em mãos! Que quotes são esses meninas? Quer personagem tão singular é essa Tris? Que autora é essa? QUE LIVRO É ESSE? Na boa se eu soubesse que esse livro era tão bom quando peguei em minha mãos, juro que eu não te dava ele de presente kkkkkkkkk! Zuera!

    Vou te falar como eu achava que Divergente fosse antes de ler sua resenha (baseado nas publicações do facebook e comentários dos leitores): Com uma protagonista burra sem sal que foi colocada numa facção e ficou caidinha pelo mocinho e então começou a fazer de tudo pra chamar atenção dele e FIM!
    Juro, as pessoas falavam taaaanto da Tris e o mocinho (esqueci o nome dele) que na boa, achei que sei lá, fosse alguma coisa do tipo enquanto todo mundo morre e luta no livro os dois ficam falando o quanto um não consegue viver sem o outro ¬¬' Cara, inacreditável como as pessoas perderam detalhes tão magníficos (que você ressaltou muito bem em sua resenha) numa obra para ressaltar um romance que nem é o ponto central...

    Em suma... Estou decepcionada com os leitores de hoje em dia, porém estou feliz em saber que o livro é realmente bom e não é só mais uma modinha! Quero muito ler!

    Adorei a resenha unnie, de verdade... Acho que você conseguiu sim passar a essência que você pretendia.

    Own, obrigada pelo recadinho! Fico muuuuuuuuuito feliz que você tenha gostado da leitura, de verdade!

    Beijinhos unnie :*

    http://yummy-yummy-gwiyomi.blogspot.com.br/

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A opinião é livre, não pode nem deve ser violentada.
(Baltasar Gracián y Morales)