Resenha: A Gramática do Amor - Rocío Carmona

em 19 de julho de 2013


Título Original: La Gramática del Amor
Autora: Rocío Carmona
Editora: Rocco
Ano: 2013
Páginas: 261

Sinopse: O amor plenamente realizado é um fogo que arde sem ferir e ilumina sem se consumir. O amor frustrado é brasa dormida, que não gera luz e sim trevas, e a tudo consome com o fogo da tristeza.

Temendo que Irene pudesse alimentar ideias suicidas após o divórcio dos pais e uma grande desilusão amorosa, seu professor de inglês, Peter Hughes, imagina um "castigo" para sua tentativa de fuga do internato que é ao mesmo tempo uma terapia: a análise das obras-primas da literatura romântica. Irene descobre então que "amar se aprende amando", mas também se aprende lendo. Arrebatada pelas paixões descritas por autores como Goethe, Tolstói, Charlotte Brontë, Stefan Zweig, García Márquez e Haruki Murakami, ela não tarda a superar as próprias decepções, passando a se interessar por seu misterioso professor.

O inesperado surgimento de um novo pretendente vai obrigar Irene a aplicar tudo o que aprendeu na gramática do amor e a vivenciar experiências comparáveis às das heroínas dos livros que lera.

"A gramática do amor se estuda com o coração. Mas só há uma forma de passar na prova: viver..."

Sabe aquele tipo de leitura que você começa sem expectativa alguma, e te envolve e surpreende a tal ponto que acaba entrando para os seus favoritos? Pois é, foi mais o menos isso que aconteceu enquanto lia "A Gramática do Amor" .

O livro, narrado em terceira pessoa, conta a história de Irene, uma garota de 16 anos que foi mandada de Barcelona para um internato na Cornualha depois do divórcio dos seus pais. Ainda se adaptando com sua nova vida, ela acaba se apaixonando por Liam, o garoto mais popular e desejado da escola... Já dá pra imaginar o que vem a seguir, né? 
Como nem tudo são flores, Irene sofre sua primeira desilusão amorosa da pior maneira possível, e em meio a tristeza de ter seu coração partido pela primeira vez, eis que a pessoa mais improvável surge com a cola para juntar os pedaços que Liam deixou: seu professor de gramática, Peter Hughes, e suas misteriosas aulas de Gramática do Amor.
E que forma melhor para se preencher vazios do que a companhia dos livros? De autores com suas histórias cheias de sentimentos e emoções que se assemelham com a realidade em que vivemos? E é assim que Irene começa a aprender como se levantar e seguir em frente.

"- Mas... eu... O senhor é professor de gramática, não de literatura.
- Tem razão, mas não vai ser um seminário sobre romance no sentido convencional. Neste momento da vida, você precisa de algumas aulas de gramática do amor. Nessa matéria você não pode ficar em recuperação." (Página 27)

Confesso que em momento algum eu fui com a cara do Liam. Gente do céu, que carinha mais chato esse menino! Sabe aquele personagem que é uma pedra no sapato, tanto do leitor quanto da personagem? pooois é u_u. Mesmo assim, eu entendo que a sua existência na história é totalmente essencial para o desenvolvimento da mesma, então, fazer o que né? O jeito é tolerar T^T

A Irene foi uma personagem que me surpreendeu. Eu acho que não saberia como defini-lá, mas nunca conheci outra protagonista como ela. É uma garota normal, com problemas normais. É bonita, mas não sai expondo sua beleza por aí, não liga cem por cento para o visual e adora a companhia de um bom romance. Se identificou? (;
O que eu gostei é que a autora soube trabalhar muito bem na personagem. Ela soube como fazer a transição de menina/mulher que Irene passa no decorrer da leitura, e expôs essa mudança de uma forma muito gostosa de acompanhar, porque também notamos a 'volta por cima' que a personagem dá, calando a boca de todo mundo que caçoava dela, e ainda de quebra deixando Liam com cara de taxo por tê-la dispensado. Isso foi totalmente incrível, pois a autora conseguiu retratar totalmente a realidade de muitas meninas-mulheres que passam por isso, e foi trabalhado de uma forma tão sutil que é impossível não sorrir quando você percebe a mudança e evolução da Irene.

"Com razão chamavam-na de forasteira: não era só porque vinha de outro país, mas também porque se empenhava em construir um muro de pedra maciço que a isolava de todos. O cimento que o mantinha de pé era o medo de ser magoada, embora não desejasse mais que isso lhe servisse de desculpa." (Página 65)

Eu poderia falar um pouco de cada personagem, mas isso tornaria o post muito extenso, além de tirar a graça pra quem ainda vai ler. Entãaao, vou me contentar falando de somente mais dois personagens: Professor Peter e o fofo do Marcelo.
Adorei a personalidade que a autora deu a Peter, e mesmo ele tendo um passado triste, eu gostei do rumo que ele deu para a história. Sabe aquele personagem que todos gostariam de conhecer uma versão real fora dos livros? pois é. Adoraria ter um professor assim *-* .
Já o Marcelo, devo dizer que me surpreendi. A princípio, pensei que eu não iria muito com a cara do personagem, mas acabou que eu me apaixonei por ele <3 . É o tipo de menino-homem que o nosso mundo está precisando u_u asudhiuashduihasudhiuasd. Além de muito fofo, ele era todo preocupado com a Irene, e sempre a ajudava quando precisava. Também gostei do fato da autora ter exposto um pouco da vida dele, pois assim deu para ter uma perspectiva masculina sobre um determinado assunto que eu não posso falar porque seria spoiler que ele e Irene compartilham. Foi contra aquele estereótipo de "homem não sofre por amor tanto quanto as mulheres"... ok, falando assim pode soar meio confuso, mas quando vocês lerem o livro vocês entenderão o que eu estou dizendo u_u asudhuashdiuahiudhiuasd.

Eu gostei muito da linguagem que a autora usou. De certa forma, foi poética, mas não a ponto de ser confusa ou melosa demais, sabe? Foi um poético na medida certa u_u
Outra coisa legal é que a autora parece ter pesquisado antes de escrever. Não é aquela coisa sem fundamento, ou que veio cem por cento da criatividade dela, sabe? Eu achei isso bacana porque além do livro te entreter, você ainda aprende uma coisinha aqui e outra ali enquanto lê n__n

"O amor que permanece oculto, que não se expressa, transforma-se num monstro que devora corações. É preciso arriscar-se e deixá-lo sair, mesmo com o risco de se machucar." (Página 99)

Achei a seleção de livros para as aulas de Gramática do Amor simplesmente incríveis! A autora conseguiu encaixar perfeitamente com os momentos, sentimentos, confusões e situações as quais Irene estava vivenciando no momento da leitura não exatamente a história propriamente dita, mas a conclusão que Irene chega a partir dela, a "lição" que ela passa pra personagem. Além disso, dá para você pegar o título de vários livros para leituras futuras, o que é muito bom para diversificar ^-^

Eu acho que para um romance de estréia a autora se saiu muito bem, mas para futuras histórias que façam menções à autores e suas respectivas obras, eu diria para que tentasse se segurar e não contar o fim da história mesmo sendo compreensível o porque de fazê-lo em "A Gramática do Amor" pois todo o encanto e interesse que haviam despertado no leitor serão quebrados ao receber um spoiler tão grande como o fim da história.
Sim meu povo, isso acontece em "A Gramática do Amor", até porque, se a autora não contasse como a história termina, a personagem não conseguiria chegar as conclusões que chegou e ainda passar essa conclusão para o leitor. Iria ficar "faltando", sabe?

"Na verdade, acho que o amor romântico não existe. Ele é só uma projeção de nossas próprias carências na pessoa amada, a quem atribuímos toda sorte de qualidades sem conhecê-la de verdade. Acredito que o amor romântico é apenas uma fantasia de nossa mente. Essa é a minha tese." (Página 170)

A história não tem lá o seu clímax, com grandes surpresas ou acontecimentos... mas eu acho que é justamente aí que entra a beleza da coisa, na simplicidade, na leveza de seu desenvolvimento mas ao mesmo tempo na intensidade dos sentimentos da personagem e nas emoções passadas ao leitor.

Eu diria que esse é o tipo de livro que toda pessoa - especialmente o público feminino - deveria ter na estante, porque além da história ter sido muito bem escrita, é quase um manual de como superar a primeira desilusão amorosa/primeiro pé na bunda e ainda dar a volta por cima. Não, não chega a ser um auto-ajuda, mas é uma coisa que está meio que implícita na história, o que eu achei muito legal pois faz com que os leitores se identifiquem ainda mais com a personagem, afinal, quem nunca teve o coração partido? (;

"- Na verdade, não sei ao certo. Mas, seja como for, nunca é tarde demais - respondeu ele, com um sorriso enigmático, desligando o motor do carro. - Às vezes, o fim do caminho é apenas o começo de outro. Nunca se sabe!" (Página 258)

6 comentários:

  1. Olá..
    Parece ser uma história de superação.
    Tem alguns detalhes diferentes do que costumo ler, mas parece ser ótimo.
    Eu leria com certeza.

    ótima resenha

    beijos
    livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

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    1. Oi Letícia, tudo bom? (((:
      eu não diria que é uma história totalmente superação, já que não é o enfoque principal da coisa... e também não é depressivo u_u saudhaiuhdiuhaiusd. Mas sim, a história tem o seu "que" de superação (:
      É uma história diferente né? Também achei algumas coisas diferentes do que estou habituada, mas sem dúvida é uma leitura que vale a pena! (;
      E eu te indico com certeza! u_u sahdhasdiuhasuhduaisd

      Muuuito obrigada! Fico feliz que tenha gostado! ^-^

      BEEEEEEEEEEEEEEEIJINHOS E VOLTE SEMPRE! :* <3

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  2. que layout perfeito é esse seu? inveja de quem sabe fazer layout ç.ç
    adorei sua resenha, e gostei do jeito que vc conta ela kk eu tb coloco carinhas quando escrevo. Fiquei bem interessada em ler o livro, adoro esse tipo de livro :)to seguindo
    visita meu blog? http://felicidadeinventada.blogspot.com
    bjs

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    1. Oi Mah, tudo bom? ((:
      aaaaah meu Deus, fiquei metida agora u_u kkkkkkkkkkkkkk. Muito obrigada pelo "perfeito"! Fico mega feliz em saber disso! *----*

      Awwwwwwwn, que bom que gostou! *u* As carinhas são inevitáveis u_u kkkkkkk.
      Então eu mais que te indico a leitura! Tenho certeza que irá te agradar n__n

      BEEEEEEEIJINHOS E VOLTE SEMPRE! :* <3

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  3. Nossa, que interessante. Eu não fazia idéia de que esse livro poderia ser tão bom. Sabe aquela coisa do "julgar o livro pela capa"? Por mais que a gente sempre tente evitar fazer isso, o fato é que uma hora ou outra isso acontece. E foi o que aconteceu comigo, quando vi a capa desse livro.
    Nunca nem cheguei a ler resenha nenhuma. Ou até mesmo a sinopse. Não sei por quê, mas não curti muito a capa. Acabei achando que a historia fosse "pré-adolescente" demais para o meu gosto, e não dei atenção para a história.
    Agora me arrependo. Pelo que pude sentir com suas observações, ele parece ser um "must have", e com certeza entrou para a minha lista.

    flyingwhisper.blogspot.com.br

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    1. Oi Nath, tudo bom? [[:
      te entendo perfeitamente! Eu sou o tipo de pessoa que, por mais que eu tente, não consigo me interessar por um livro caso não goste da capa \:
      Sério? no caso desse livro, eu achei a capa muito linda! Adorei a ilustração e a seleção de cores que fizeram *.* mas não dá pra agradar a todos né? u_u sahdisdhushdiasdhaiusd.
      Sim sim! Totalmente "must have"! Acho que é uma história para todo tipo de leitor porque sempre vai ter alguma coisinha, por menor que seja, que irá agradar quem estiver lendo. Pelo menos, foi o que senti enquanto lia ((:
      Leitura mais que recomendada benzitcho! n__n

      BEEEEEEEEEEEEIJINHOS E VOLTE SEMPRE! :* <3

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(Baltasar Gracián y Morales)